Meira, Amigo das Corporações, dos Empreiteiros, dos Mega-Especuladores e dos Mosquitos

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Meira, Genocida coroado presidente da Fundação Nacional do Empreendedor (FUNAE), deve deixar o seu descaso para com o Outro, a sua arrogância e a sua irresponsabilidade o mais longe possível da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e de todo e qualquer órgão ou organização que maneje com os Direitos Humanos.


No intuito de destruir toda a sombra de oposição na sua recém criada Fundação Nacional do Empreendedor, Márcio Muhamad Kadafi Meira, ordenou repetidas operações de Terrorismo de Estado destinadas a transformar a mais bem preparada e estruturada Coordenação Regional do país, a única com sede própria, responsável – entre outras inúmeras atividades vitais em defesa da preservação dos Direitos Humanos (Indígenas) no Brasil - pela sobrevivência física e cultural dos últimos seis Avá-Canoeiro da Serra da Mesa, Povo Tupi sob risco de Extermínio e hoje imprensado por duas hidrelétricas genocidas e milhares de posseiros que anseiam abertamente pela sua Extinção, e pela Proteção e o Bem-Estar de cerca de 19 mil indivíduos Xavante divididos em 187 aldeias (incluindo os 900 indígenas de TI Maraiwatsede, premidos por jagunços armados a serviço das Corporações Assassinas Bunge, Cargil, Company e Multigrain que já lhes tomaram 90% do território, estando condenados à Fome e ao Extermínio sem a ação de uma Funai Republicana e presente), sem contar com os 700 estudantes indígenas de todo Brasil matriculados no Curso de Licenciatura Intercultural Indígena para Formação de Professores , ministrado no campus da UFG (Universidade Federal de Goiás), sem qualquer outro tipo de apoio na capital do GO, em um prédio abandonado e insalubre, com o seu enorme terreno, os seus vasos de plantas, os pneus largados ao léu e a suas viaturas sem uso; o pólo de referência em ação indigenista (agora simplesmente pulverizado, deixando dezenas de milhares, talvez mais de uma centena de milhares de indígenas sem assistência), foi convertido, graças ao Terrorismo de Estado, em uma imensa fazenda para procriação do Aedes Aegypti, principal vetor da dengue e da febre amarela, entre outras doenças, fato já denunciado ao Ministério Público de Goiás e à Defesa Civil de Goiânia pelos vizinhos – significando aqui que Márcio Augusto de Freitas Meira, tendo Rilder Ribeiro Maués (matrícula 1586356) e Cleso Fernandes de Moraes (matrícula 0447376) como cúmplices, é responsável direto por qualquer pessoa que adoecer ou morrer vitimada por doença transmitida pelo mosquito no centro de Goiânia ou nas redondezas (e fazendo crer que a sanha destrutiva do Genocida Meira não é impulsionada apenas por questões étnicas, culturais, raciais, políticas, econômicas ou de gênero, sendo uma vontade destruidora e assassina de um caráter amplo, geral e irrestrito – ou, talvez refletindo melhor, possa ser expressão do seu descompromisso e de sua patológica desconsideração para com o Outro que o inabilitam a ocupar cargo na Fundação Nacional do Índio – FUNAI - ou em qualquer órgão onde sejam manejados Direitos Humanos, mesmo que seja varrendo o chão do corredor).

Viaturas abandonadas, capim crescendo e focos do Aedes Aegypt para todos os lados: o legado sinistro de Márcio Augusto de Freitas Meira para a cidade de Goiânia e para os Povos Indígenas do Brasil.

A mais importante Coordenação Regional da Funai do país, unidade que contava com alguns dos mais preparados e experientes servidores do Brasil (e com algumas das mais nobres incumbências dentro do órgão, tais como a defesa da TI Marawitsede e a jurisprudência da TI de Serra da Mesa que abriga os últimos seis Avá-Canoeiro contatados em 1983, único Povo Contemporâneo a ter habitado cavernas, além do resgate de jovens indígenas em situação de risco nos centros urbanos), hoje não existe mais. O prédio , Patrimônio dos Povos Indígenas, de posse da União, é agora um imenso criadouro de Aedes Aegypti , o nefasto transmissor da dengue e da febre amarela, só encontrando função social caso as Famílias Sem Teto de Goiânia o ocupem para proteger a população de capital dos focos do mosquito, dando assim uma destinação digna ao imóvel, a de Moradia.

Tendo sido o último foco da Resistência Republicana da Fundação Nacional do Índio, premido pela ação ditatorial do Genocida Márcio Meira, boneco arrogante a serviço dos interesses políticos e econômicos envolvidos nos Programas de Aceleração do Capitalismo (PAC I e PAC II), a Coordenação Regional de Goiânia lutou durante mais de um ano contra o Decreto Criminoso 7056/09 e o Desmonte Assassino de sua estrutura patrocinado pela Fundação Nacional do Empreendedor (FUNAE), órgão criado pela então ministra da Casa de Tolerância Civil, Dilma Roussef, para destruir toda a possibilidade de reação ou defesa dos Povos Originários à pegada “desenvolvimentista” (GENOCIDA) que pretende imprimir às gestões petistas e, ao mesmo tempo, presentear o ex-secretário de Patrimônio, Museus e Artes Plásticas (2002/2006), cria do “indigenismo neoliberal” (ISA) e um dos seus mais inescrupulosos e fiéis jagunços, com uma autarquia onde um capanga amoral como Rilder pode se tornar Diretor de Patrimônio Indígena, responsável hoje por uma frota de aeronaves e centenas de viaturas, entre outros inumeráveis bens, e um amoral menor como Cleso, em cujo currículo se inclui uma prisão por receptação, se converter em Coordenador Regional de Palmas – TO (desde março de 2010 pagando aluguel sem funcionar e agora, com a dissolução da Coordenação de Goiânia, se convertendo em uma das mais "poderosas" unidades da federação).


Intensa movimentação nos corredores do Edifício Pérola (Coordenação Regional de Palmas); à esquerda, de camisa vermelha e rayban arretado, Cleso, Fantasminha Camarada (matrícula 0447376), orienta indígenas sobre os seus Direitos Fundamentais.



A razão pela qual o Traficante de Direitos Márcio Meira decidiu extinguir Goiânia (chegando ao ponto de mandar o procurador calhorda Antonio Salmeirão repetir que “em Goiás não tem índio, logo, a unidade não tem função” – mentira descarada, pois o estado abriga etnias originárias importantes, tais como Karajá, Tapuia e Avá-Canoeiro), segundo o deputado Mauro Rubem (do mesmo PT de Meira, Lula, Barreto, Dilma e Cardozo), “não tem qualquer componente republicano, são questões pessoais incidindo sobre a questão pública, a serviço de interesses menores”.

Os interesses menores são, no caso, além da birra pessoal contra indigenistas probos, competentes e experientes, a VINGANÇA INESCRUPULOSA de Meira contra a insubordinação dos servidores de carreira que protestaram contra a publicação do Decreto Presidencial (e CRIMINOSO) 7056/09, fechando Postos Indígenas e Administrações Regionais país afora, retirando direitos de indígenas e servidores, assim como a proteção efetiva ao Patrimônio Indígena e aos quase um milhão de Seres Humanos que integram as etnias originárias do Brasil e passando as atribuições de defesa e proteção, junto aos volumosos recursos destinados, para a plêiade de Ongs (linkadas entre si) que o alçaram ao poder, estando entre elas, no papel de protagonista, o Instituto Socioambiental onde o atual presidente da República do Açaí Azedo começou a sua carreira, tendo os seus estudos de pós-graduação sido financiados pela mesma.

Além de uma questão profundamente pessoal - Meira, como todo o medíocre, não suporta a competência (ver pelo google a atuação do boneco na Articulação Institucional do Ministério da Cultura), principalmente, se acompanhada de indiscutível vocação para o indigenismo e inegável boa-fé, dois predicados que, com todas as diárias por ele mesmo assinadas, não pode nem poderá nunca comprar – a perseguição aos servidores de Goiânia se pauta pela lógica vil e stalinista de destruir todo aquele que se posicionar contra a retirada de Direitos Indígenas e o fechamento criminoso de Postos Indígenas e Administrações Regionais da Funai, visto agora como Inimigo.

Todos aqueles que se posicionaram contra o Decreto 7056, sejam índios ou servidores (indígenas e não indígenas), sofreram severa e implacável retaliação, apesar da recomendação expressa em Audiência Pública pelos deputados Luiz Carlos Hauley (PSDB) e Roberto Santiago (Partido Verde), disponível à consulta nos anais da Câmara Federal, ao procurador Salmeirão, saco de pancadas oficial do presidente Márcio Meira, de que não houvesse de forma alguma represálias contra aqueles que, convidados pela Comissão de Administração Pública e Trabalho da Câmara Federal, foram ao Congresso Nacional manifestar publicamente a sua posição sobre a reestruturação da Funai – que, além de violar a Constituição Brasileira, fere a Organização Internacional do Trabalho (OIT), tanto na Convenção 169, que trata da obrigatoriedade de Consulta aos Povos Indígenas diante de medidas que os impactam direta ou indiretamente, quanto na Convenção 151, que versa sobre Organização do Trabalho, determinando que a classe trabalhadora participa de todas as reestruturações, com livre negociação com classe patronal – e sobre a atual gestão da Fundação Nacional do Índio (Como é que pode um vereador como Jeremias Xavante, eleito pelos Povos Indígenas, ser punido por representá-los em Audiência Pública? Como pode um servidor e homem público - liderança indígena reconhecida nacionalmente, além de eleita pelo próprio Povo - ser punido por atender um convite do Congresso Nacional? Como é que pode um indigenista do calibre e a coragem de Wagner Tramm ser agora penalizado por ter ido, à convite de parlamentares e indicado pelo seu Sindicato, à Câmara dos Deputados representar a sua classe e dar a visão dos servidores sobre os fatos expostos em Audiência Pública e Transparente? Como é que pode, dentro de uma autarquia federal, um servidor com mais de uma década de serviços prestados ao indigenismo brasileiro, cônscio e zeloso dos seus deveres, ser penalizado por não obedecer a ordem de RASGAR um cuidadoso relatório de impacto socioambiental para atender a interesses que fogem ao espírito público, afrontam diretamente o estatuto do órgão que lhe paga o salário e atentam contra os Direitos Humanos amparados pela própria Constituição que rege os seus atos administrativos? Como é que pode, dentro de um regime “democrático”, onde as liberdades civis são nominalmente amparadas pelo Estado de Direito, um funcionário de carreira, com vida pública pautada pela probidade e pelos ditames republicanos que nortearam a criação de um órgão indigenista, ter a sua internação psiquiátrica ordenada - “a bem do serviço público” - por “insubordinação”? Como é que pode, dentro de uma regime civil e democrático onde supostamente as liberdades civis estão garantidas e amparadas pelo mesmo Estado de Direito, um cidadão ser processado por “desapreço ao superior hierárquico”? Mais ainda: como pode, nos tempos que correm, haver indígena ou indigenista com as faculdades mentais intactas que tenha ainda algum apreço a esse suposto “superior hierárquico”, a essa impostura viva que posa hoje como “presidente da Funai”? E ainda mais: que farsa de processo administrativo é essa em que os réus – correndo risco de exoneração - são julgados por aqueles contra quem se insubordinaram?!? Que farsa é essa?!?)

A vingança contra os servidores da Coordenação de Goiânia se fez sentir logo nos primeiros dias de janeiro de 2010, quando a sede da Funai em Brasília ainda estava ocupada por indígenas de todo Brasil revoltados com a atitude do presidente fantoche e a publicação do denominado “decreto sangrento” (o dr. Meira na ocasião se escondia debaixo das saias da mamãe, digo, da Polícia Federal), com telefone, fax, acesso à internet, combustível, água, serviços de limpeza, cartão de ponto, contracheques cortados, tendo a atuação dos “servidores rebeldes” sido severamente limitada e a unidade que os abrigava completamente ilhada do resto do país – com grave prejuízo para todas as comunidades indígenas da jurisdição, incluindo os últimos seis Avá Canoeiro da Serra da Mesa, completamente indefesos diante da pressão das gigantes Furnas e Tractebel, sem contar com a hostilidade dos milhares de posseiros (o que, além de Crime Administrativo, constitui Crime Contra a Humanidade).

Não bastasse isso, a conversão da Coordenação Regional de Goiânia em CTL (Coordenação Técnica Local), ordenada em decreto presidencial e assinada por Luis Inácio Lula da Silva no dia 28 de dezembro de 2009, nunca ocorreu – tendo o próprio presidente fantoche do órgão expresso em reunião no SINDSEP-DF que “a única coordenação realmente extinta foi a de Goiânia” (improbidade administrativa confessa no próprio blog da Funai no dia 14 de julho de 2010 [http://blogdafunai.blogspot.com/2010/07/presidente-da-funai-se-reune-com.html], ver e salvar antes que apaguem!), sob a tosca justificativa de que “quando os Xavantes queriam alguma coisa vinham direto à Brasília”, deixando a unidade em um limbo administrativo e os seus servidores uma espécie de suspensão funcional (o que constitui assédio moral e psicológico grave), sem cartão de ponto ou contracheque, impedindo-os, por exemplo, de fazer matrícula dos filhos em colégio particular ou efetuar compras à prestação.

Apesar da pressão do legislativo goiano, com assinatura de 42 deputados (muito mais do que os treze votos que elegeram indiretamente o nefasto ex-governador Rosso[DF], amigo e gentil aliado de Meira na tarefa de neutralizar a resistência indígena com uso da violência – inclusive contra crianças, idosos e gestantes indígenas) e audiência pública realizada ainda em janeiro de 2010, convocada pelo deputado petista Mauro Rubem (que tentou interceder junto à Meira, Dilma, Tarso Genro e junto ao próprio Lula), da Moção de Repúdio da Assembléia Legislativa de Goiás, do pedido do renomado Dom Tomás Balduíno, Bispo Emérito de Goiás, ao Presidente Lula, do apelo da Cúria Metropolitana de Goiânia, dos inúmeros ofícios do SINTSEP-GO, da CONDSEF e da CUT, da carta escrita pelo prefeito de Nova América à nova presidente Dilma, dos apelos aos corregedores, à presidência do Senado, ao Ministério da Justiça e ao próprio presidente da República, da carta-denúncia assinada por indígenas e levada ao Ministério Público Federal, ao Tribunal de Contas da União, ao Tribunal Superior Eleitoral, ao Supremo Tribunal Federal e às presidências da Câmara e do Senado, do documento assinado pelos estudantes da Licenciatura Indígena (UFG) e entregue ao MPF, sem contar nos inúmeros documentos enviado pelas próprias comunidades indígenas (Tapuia e Karajá) às mais diversas autoridades exigindo o retorno pleno das atividades da Coordenação, os 26 servidores da unidade foram transferidos para a então CTL fantasma de Goiás Velho (até então um galpão cedido pela prefeitura onde sequer havia mesa ou cadeira – fax nem pensar) ou para então Coordenação Fantasma de Araguaína, unidade que durante ao menos seis meses pagou aluguel sem funcionamento efetivo, ou ainda para então Coordenação Fantasma de Palmas, Tocantins, onde até pelo menos meados de setembro de 2010 NADA funcionava (e para onde foi levado o Contrato de Apoio Administrativo de Licitação, feito no GO), estando o edifício Pérola, no centro de Palmas, o filet mignon imobiliário tocantinense, às moscas, apesar dos gastos publicados em Diário Oficial relativos à conta de luz, diárias e até mesmo passagens aéreas solicitadas pela unidade, entre outros, e dos 125 mil reais pagos até então pelo aluguel do prédio (25 mil/mês), porém, em um gesto corajoso de insubmissão que ficará lembrado na História do Indigenismo Brasileiro, esses Heróis Insubordinados (cujo anonimato atende às questões de segurança) altivamente se recusaram a ir – permanecendo em Goiânia e resistindo na Coordenação onde eram lotados, indo diária e religiosamente ao trabalho e justificando, assim, os “altos salários” pagos pela União (o que pareceu incomodar ainda mais o medíocre e invejoso Meira).

Durante mais de um ano, os bravos servidores da Coordenação Regional de Goiânia, verdadeiros Heróis do Indigenismo Republicano, resistiram, indo ao trabalho todos os dias sem ter nenhuma diretriz traçada pela sede em Brasília, atuando profissionalmente – sem responder a ninguém - com gasolina própria, se utilizando dos aparelhos celulares pessoais e de horas pagas em lam houses, fazendo a faxina do prédio e do terreno em esquema de mutirão (a segurança terceirizada continuou com a sua rotina, pois, segundo algumas versões, o senhor Rilder Ribeiro Maués tinha interesse pessoal no patrimônio de Goiânia – como pode ser comprovado de forma traumática meses após).

O atual coordenador de Palmas, Cleso Fernandes de Moraes, o Fantasminha Camarada, durante esse período atentou duramente contra a dignidade dos servidores, promovendo todo tipo de ação (incluindo a intimidação e o perjúrio) para boicotar a atuação da unidade, retirando contratos de apoio administrativo e retaliando servidores com cortes d’água, gasolina e meios de comunicação e, ameaçando-os, com a afirmação de que caso não aceitassem as condições impostas, seriam transferidos sem direito algum e a unidade seria interditada (ressalta-se aqui que Cleso não estava amparado de requisitos legais para conduzir processo de transição para CTL, conforme previsto no decreto 7056, bem como não possuía atribuição para tratar de possíveis remoções ali – e é importante lembrar que o coordenador só esteve em Goiânia duas vezes, uma semana antes de findar o prazo permitido para remoções pela legislação eleitoral).

Após quase um ano de intenso Cerco Administrativo e quase um ano após a publicação do decreto que causou todo esse caos na política indigenista brasileira (desconsiderado voluntariamente pela imprensa corporativa e genocida), o senhor Meira percebeu que nada dobraria a fibra dos servidores insubmissos de Goiânia e se viu forçado, mais uma vez e tão ao seu gosto, a partir para uma ação de Terrorismo de Estado.

No dia 08 de dezembro de 2010, por volta de meio-dia e sem qualquer espécie de aviso prévio, Rilder Ribeiro Maués (Matrícula 1586356), estensão de Meira para o serviço sujo da FUNAE (Fundação Nacional do Empreendedor), acompanhado de Cleso Fernandes de Moraes, o Gasparzinho, e trazendo dois caminhões de mudança e cerca de onze ou doze companheiros, estacionou defronte à sede da Funai em Goiânia avisando – sem qualquer documento ou ordem escrita - que viera fazer a conferência e a transferência de todos os bens móveis da unidade e afirmando que “Goiânia não existe mais” e “a situação dos servidores não é problema meu” (exercendo o cinismo institucional de quem - amparado por um comboio liderado pela Polícia Federal, contando com Bope, Rotam, PM e até mesmo com a Polícia Rodoviária, somando cerca de 20 viaturas, para retirar pessoalmente seis indígenas e um apoiador desarmados da Esplanada dos Ministérios – disse para Carlos Pankararu, fundador do Acampamento Indígena Revolucionário e impedido até de entrar na sede da Funai para fazer xixi, que as alegações sobre a inconstitucionalidade da ação comandada pelo próprio “não são problema dele” e que o indígena deveria então “ir à Funai para marcar uma audiência com o presidente” Márcio Meira).

Terrorista relapso, Rilder Ribeiro Maués naquela quarta-feira saiu para almoçar antes de consumar o malfeito. No retorno, os servidores de Goiânia trancaram todas as salas e se sentaram na calçada externa à espera dos representantes do senhor meira. Passando direto pelos servidores sentados, Rilder e Cleso – sem dar satisfação àqueles que buscavam um entendimento mínimo da situação - se dirigiram às auxiliares para saber se possuíam as chaves da sala. Diante da negativa, de sacos e barrigas cheias e com as suas diárias na capital garantidas, os criminosos decidiram curtir a noite goiana e deixar a ação para o dia seguinte.

Na manhã de quinta-feira, nove de dezembro de 2010, a Equipe de Desmonte da Máquina Pública a Serviço da Iniciativa Privada e do Capital Especulativo, contando com mais de uma dezena de pessoas, aportou novamente na sede da Funai-GO. Rilder Ribeiro Maués foi entrando arrogantemente sem se identificar, gerando um desentendimento com a vigilância – o que foi solucionado com uma autoritária “carteirada verbal” do criminoso, tão ao estilo das antigas gestões militares da Fundação Nacional do Índio. O Assessor de Desmonte da Máquina Pública de Meira, a serviço do esbulho e do genocídio, quando adentrou finalmente o pátio entendeu que os servidores haviam decidido por unanimidade que não liberariam os bens patrimoniais sem que antes houvesse decisão administrativa sobre a inclusão da CTL de Goiânia no novo organograma da Funai, de acordo com o disposto no próprio decreto 7056, bem como as demais CTLs existentes em todo o país, assim como, não liberariam nada antes da regularização da situação dos servidores da unidade.

Importante frisar que os servidores da Coordenação de Goiânia não estavam unicamente preocupados com a retirada injustificada dos bens patrimoniais, mas, principalmente, com a preservação das condições mínimas de acomodação e conservação do acervo documental da instituição (dado que em momento algum passou pelas cabeças de Rilder, Cleso e dos seus comparsas na Operação Terrorista de intimidação e desmonte do patrimônio público).

Rilder Ribeiro Maués, ao ver a resistência dos servidores, exigiu irritado a saída imediata das equipes de reportagem - que à essa altura já haviam adentrado o pátio interno - como pré-requisito para qualquer início de conversa. O lacaio de Meira foi rechaçado por indígenas das etnias Karajá e Xavante que exigiram a presença da imprensa na sede da Funai-GO. Sinvaldo Karajá afirmou veementemente que “a imprensa é a voz dos índios” e que – por isso mesmo - essa não iria sair de dentro da Funai, o que fez o agente da República do Açaí Azedo explodir, se levantando irado, dizendo que “não vai haver mais reunião nenhuma” e ido embora – porém, permanecendo na calçada externa com seus comparsas praguejando contra Deus e o Mundo. Nesse ínterim, quatro servidores passaram mal devido a intensa tensão emocional, tendo que remover dois desses para um hospital.

Na quarta-feira, 19 de janeiro de 2011, mais de um mês após o ocorrido, os 26 servidores da unidade se reuniram com o Ministério Público Federal, Controladoria Geral da União e Advocacia Geral da União, com presença do SINTSEP-GO e do deputado Mauro Rubem. A representante da CGU ficou visivelmente estarrecida com a situação relatada, saindo mais cedo e prometendo investigar porque 26 servidores públicos passaram mais de um ano sem função.

O presidente do SINTSEP, Adaucto Joaquim Neto, relatou que desde 28 de dezembro de 2009, data de publicação do Decreto Sangrento, indígenas de Goiás e das mais diversas partes do Brasil encontram-se sem assistência e que os servidores públicos estão sem função definida.

O dr. Adrian Ziembra, do MPF, relatou que esteve em aldeias indígenas para entender a extensão dos danos causados pelo decreto 7056, mas, diante do olhar vigilante dos funcionários da FUNAE de Meira, os principais interessados – indígenas – não se sentiram à vontade para falar. O representante do MPF anunciou uma nova visita às aldeias, dessa vez sem nenhum representante da FUNAI ou da FUNAE como companhia – e, nessa semana, garantiu dar em breve um posicionamento sobre o atual abandono do prédio da coordenação regional de Goiânia, antes a mais estruturada unidade do país, agora transformada em depósito de entulho insalubre e criadouro de mosquitos pela ação dos Genocidas Amorais a serviço do Grande Capital.

O representante da AGU, com dever constitucional de defender os direitos dos servidores e dos Povos Indígenas, não pareceu estar nem um pouco à vontade nessa função, ao contrário, afirmou que a extinção da Funai-Goiânia “se trata de uma decisão política” e que “o processo é irreversível”, trazendo um discurso talhado para o desânimo e a capitulação dos Heróis mais renitentes. O advogado deu seu golpe de mestre, primeiro enfraquecendo moralmente os servidores, extraindo-lhes toda a fé em uma saída em consonância com o espírito público, para depois tirar da manga mágica a sua cara redentora: “vagas na AGU sem perda de gratificação”.

Empolgado com a própria proposta, que joga uma pá de cal em toda a esperança de que a Coordenação de Goiânia um dia retome as suas atividades e atribuições, o representante da Advocacia Geral da União disse que o órgão – AGU - tem um déficit de servidores, sobrando vagas em Goiânia e Anápolis, e, que, entendendo que o presidente da Funai “não iria se opor” à transferência, “uma solução seria possível” (solução que esvazia a estrutura de proteção aos Povos Indígenas no Centro-Oeste do Brasil).

A empolgação do advogado foi quebrada por um belo e apaixonado discurso de servidor, lembrando que o funcionário da Funai é servidor atípico - tendo que, muitas vezes, saber se orientar dentro de uma mata fechada e/ou aprender uma língua sem mediação acadêmica - e que não se enquadra em nenhum outro órgão da administração federal. O servidor lembrou ainda que a profissão de indigenista se pauta mais pela vocação somada à experiência do que por tudo o que é aprendido nos cursos de formação – sem deixar de citar a responsabilidade da unidade no tocante à defesa das comunidades indígenas que pertencem jurisdição da mesma, lembrando especialmente das duas velhinhas Avá-Canoeiro, as duas últimas a terem vividos em cavernas (Ithá) no mundo contemporâneo e hoje sem proteção alguma, com o Posto Indígena (PIN Avá-Canoeiro) extinto e depredado pela ação de posseiros, com o chefe de posto tendo sido simplesmente exonerado – graças à ação destrutiva do senhor Meira e de seus capangas.

A última cartada de Meira fôra lançada sem sucesso, as vagas na AGU “sem perda de gratificação” não surtiu efeito. Os poucos que toparam, fizeram a contragosto, porém ainda haviam cerca de 20 resistentes no coração de Goiás.

Na quinta-feira, dia 20 de janeiro de 2011, os 26 servidores da Funai, Heróis do Indigenismo Brasileiro, foram transferidos ex-ofício para os mais diversos rincões do país. Sem notificação, os servidores só vieram saber do fato no sábado, por meio da internet. Não tendo obtido sucesso com a intimidação (e sabendo que grande parte dos lotados em Goiânia possui família, com filhos matriculados na cidade), o senhor Meira apostou na ameaça de desagregação familiar para alcançar os seus intentos (dos 26, 15 foram obrigados a aceitar a proposta da AGU, enquanto os 11 restantes foram transferidos para outras unidades da Funai).

A carta dos estudantes indígenas, representando 700 jovens indígenas das mais diversas etnias e regiões do Brasil, endereçada ao Ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, com cópia entregue ao MPF-GO no dia 26 de janeiro, é um belo libelo em defesa da permanência da unidade da Funai localizada no bairro Pedro Ludovico Teixeira e da atuação proba de seus servidores que encontrou eco nos blogs dedicados às questões indígenas e ligados à defesa dos Direitos Humanos, porém, o que já se previa, não sensibilizou as autoridades responsáveis pelo desmonte de toda a estrutura e toda a legislação de proteção aos Povos Originários Brasileiros (o que não é demérito, pois desde a publicação do decreto criminoso 7056 os mais belos e contundentes manifestos já foram escritos e as mais importantes lideranças indígenas já se manifestaram enérgica e publicamente, sem que o monstro que hoje usurpa a presidência da Fundação Nacional do Índio movesse uma só ruga).

A extensão dos crimes do senhor Márcio Meira ainda está longe de ser mensurada, mas cabe aqui lembrar que, possuindo sede própria, sem gerar ônus ao erário público, a Funai-GO instigou e assessorou a criação do Conselho Estadual para Assuntos Indígenas em 2002 e coordena hoje as obras de instalação do Núcleo Takinahak, Universidade do Índio em Goiânia, iniciativa inédita no país, fruto da parceria da unidade com a Universidade Federal de Goiás; que a Funai-GO está articulada com o IGPA (Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia), detentor do maior acervo de filmes sobre indígenas no Brasil, articulando com o mesmo em abril de 2010, em pleno Cerco Administrativo, a Semana dos Povos Indígenas 2010 na Pontifícia Universidade Católica de Goiás, e que a cidade notabiliza-se como referência nacional nos tratamentos médicos contra o câncer, além de sediar o Hospital de Doenças Tropicais-HDT, necessitando de unidade da Fundação Nacional do Índio para atender e assessorar famílias indígenas de todo o Brasil que chegam em busca de tratamento em Goiás; que a Funai-GO conta com uma área de Engenharia, Arquitetura e Fundiária que atende TODO O PAÍS na elaboração e acompanhamento de projetos de construção e de compensação ambiental, demarcações e fiscalização de limites e georeferenciamento (estando, nesse momento, desenvolvendo projeto de compensação ambiental na BR-101, ligando o Rio Grande do Sul à Santa Catarina; projeto de infra-estrutura aos Povos Indígenas do Maranhão, com aproveitamento de madeira apreendida pela PF para construção de escolas, centro de saúde e casas de apoio; 73 unidades de moradia para comunidade Xavante de Marawatsede, compromisso do presidente Lula firmado em 2009; fiscalização e georeferenciamento das Terras Indígenas Kayapó; construção centro de treinamento e capacitação dos índios do Oiapoque e projeto de compensação ambiental Avá-Canoeiro, entre tantas outras responsabilidades); seria bom recordar também que a unidade é considerada a mais preparada do Brasil, com quase a totalidade dos quadros com curso superior e capacitados nos cursos do ENAP; que até recentemente a loja Artíndia tinha boa visitação e um bom faturamento mensal, o que revela o interesse da população goiana, fruto da articulação entre o órgão e a sociedade local; que é graças à ação da Funai-GO que a comunidade Karajá de Aruanã – com cerca de 200 indivíduos - pode se ver livre de invasores, hoje com Museu próprio para artesanato étnico e recebendo cerca de 2 mil visitantes; que os Tapuio, contando com quase 400 pessoas, hoje possuem saneamento básico completo e que foi dentro da jurisdição da unidade - e com a rede de assistência e solidariedade solidificada pelo convívio mútuo e o respeito - que os últimos seis Avá Canoeiro de Serra da Mesa conseguiram atravessar as últimas duas décadas após o contato, enfrentando doenças, a ambição de posseiros, garimpeiros e madeireiros, além da construção de duas mega-hidrelétricas (Serra da Mesa e Canabrava) cujas empresas – Furnas e Tractebel – secretamente almejam a Extinção desse grupo étnico (definido por um servidor como “o povo mais alegre, amável e gentil desse planeta”), tendo, inclusive, Furnas despejado uma quantidade genocida de veneno no início desse século, provocando uma mortandade de peixes e animais silvestres e obrigando o então chefe de posto levar a família Avá-Canoeiro para um outro ponto de captação de água, migrando fundo dentro do Parque de Serra da Mesa, área de grande incidência de onças pintadas; para finalizar, seria bom lembrar que é graças a atuação abnegada e destemida de integrantes da equipe da Funai-GO que – sob intensas ameaças de morte – conseguiram a reintegração dos Xavante às Terras Indígenas Maraiwatsede Paridzáme, o que mobilizou além da área de fiscalização, para a retirada de posseiros, a construção de casas para possibilitar o reassentamento – e que, sem a ação desses servidores probos e corajosamente republicanos, dificilmente os indígenas conseguirão retirar os invasores armados a serviço das multinacionais e nacionais GENOCIDAS Bunge, Cargil, Company, Multigrain, Pão de Açucar e etc.

O descaso de Meira, acobertando uma lógica inescrupulosa e covarde de vingança e neutralização de resistências, portanto, não é dirigido somente aos servidores. As ações irresponsáveis do bandido que hoje usurpa a presidência da Funai são intencionais e atingem terceiros (comunidades e povos inteiros); são Crimes que podem ser caracterizados como “Contra a Humanidade” em qualquer tribunal internacional de direitos humanos que se preze e que se prestam a interesses pecuniários vis (Furnas, apesar da pressão da antiga presidência da Funai, se nega peremptoriamente a pagar qualquer tipo de compensação ambiental efetiva aos indígenas de Serra da Mesa, assim como a belga Tractebel, que nunca pagou um centavo pela construção, instalação e funcionamento da milionária hidrelétrica de Canabrava, se negando até mesmo a reconhecer os Avá-Canoeiro como uma etnia autônoma, como um Povo – e ambas podem ficar sossegadas agora, com os almejados oito anos de Márcio Meira que supostamente virão, agradecendo ao amigo das corporações, dos empreiteiros, dos especuladores e dos mosquitos pela paz e a graça alcançada).

A irresponsabilidade de Meira, estimulada pelas costas quentes oferecidas por Dilma Roussef e agora inaugurando uma fazenda para criação do assassino aedes aegypt em pleno centro de uma capital com dois milhões de habitantes (o que foi desconsiderado no afã de “punir rebeldes” - servidores que seguem à risca o Estatuto do órgão para o qual trabalham), pode ainda render um ou dois óbitos, talvez até três – e então, quem sabe, morrendo algum Waradzu (ou Karaiw), a justiça racista e excludente do Brasil não se mobilize para punir os (ir)responsáveis?



Na foto acima, a imprensa presente na Funai-GO para registrar a tentativa de retirada do patrimônio público por agentes da Fundação Nacional do Empreendedor; na foto abaixo, Rilder Ribeiro Maués (matrícula 1586356), em outras postagens grafado como "Hildon", tão cínico e arrogante quando "assessorado" por forças policiais contra indígenas desarmados e em menor número, foge tal qual um ladrão quando vê se aproximar as câmeras da Tv Anhanguera (repetidora local da Globo).

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