domingo, 5 de setembro de 2010

Sete de Setembro!!!


Foto por Bruno Costa...

APOIO AO ACAMPAMENTO INDÍGENA REVOLUCIONÁRIO

Representantes indígenas de várias etnias brasileiras, acampados na
Esplanada dos Ministérios, lutam há nove meses pela revogação do
decreto presidencial 7.056, que “privatiza” a Funai, extinguindo
Postos e Administrações do órgão e retirando direitos adquiridos de
indígenas e servidores, e exigem a exoneração imediata do presidente
da Funai, Márcio Meira, por nepotismo, omissão, improbidade
administrativa, desvio de recursos, chantagem, coação, assédio moral a
servidores e lideranças indígenas, crime eleitoral e violação e
tráfico de Direitos Indígenas, além de Crimes Contra os Direitos
Humanos, tais como genocído, etnocídio e violações dos Direitos
Humanos dos Povos Indígenas Brasileiros de toda ordem, entre os outros
15 Pontos do Acampamento Indígena Revolucionário (AIR) expostos nesse blog.


O Acampamento Indígena Revolucionário (AIR), formando um Congresso
Indígena Permanente, com representação de quase uma centena de etnias,
no dia 26 de maio de 2010, no Auditório da Funai pacificamente
ocupado, instituiu o Conselho Nacional de Direito Indígena (CNDI,
objeto da Sug nº 02/2010 de da Comissão de Direitos Humanos da Câmara
e do Senado Federais), com intuito de formular a política indigenista
no Brasil na defesa dos direitos constitucionais assegurados aos Povos
Indígenas, com membros indígenas não remunerados, em contraponto ao
Conselho Nacional de Política Indigenista, presidido e dirigido ilegal
e ilegitimamente por Márcio Meira, presidente da Funai, cuja atuação
tem sido viabilizar a aprovação de medidas violadoras dos Direitos
Indígenas orientadas pelo todo-poderoso “presidente”, que opera a
serviço do Partido dos Trabalhadores e da agenda do Programa de
Aceleração do Crescimento, desconsiderando Direitos e Interesses
Indígenas e tratando Direitos Ambientais e Direitos Humanos como se
lixo fossem.

A repressão da máquina estatal não se fez esperar, no dia 10 de julho
de 2010, uma mega-operação de repressão, a pedido do Ministério da
Justiça, do GDF e da Funai, com várias forças coordenadas pela Polícia
Federal, destruiu o Acampamento e apreendeu os pertences das famílias
indígenas, incluindo roupas, alimentos, documentos e medicamentos,
agredindo crianças, idosos, gestantes indígenas e efetuando prisões
ilegais. O Acampamento, que não é feito de lona nem de redes, mas de
fibra humana e da mais legítima e sagrada Indignação dos Povos
Originários, resistiu na Esplanada sem trocas de roupas nem alimentos.
A Polícia Federal retornou em agosto, junto com a Funai, a PM e a
ROTAM, expulsando os indígenas para o outro lado da Esplanada,
defronte ao Itamaraty – e em seguida, a administração do GDF, com
apoio policial e a pedido da Funai e do Ministério da Justiça, cortou
todas as árvores do perímetro defronte ao Palácio da Justiça, com o
intuito de não permitir que os indígenas não mais estiquem redes ali –
presenteando a cidade de Brasília, Patrimônio Mundial da Humanidade,
no seu aniversário de 50 anos, com a extinção das árvores da Esplanada
dos Ministérios.

O Acampamento Indígena Revolucionário resiste em Brasília, sem apoio
governamental ou de Ong’s, sem recursos ou doações de sindicatos ou
partidos nem estrelas globais fazendo campanha; quem quiser apoiar
financeiramente, com qualquer quantia, pode depositar as doações na
conta do CESAC – Centro de Etnoconhecimento Socioambiental CAUIRÉ,
Banco do Brasil, AGÊNCIA 2132-6 C/C 12769-8.


As lideranças do AIR, a partir da experiência dos últimos meses, optam
por investir na edição de imagens e na produção de documentação
impressa, expondo o massacre pelo qual os Povos Indígenas Brasileiros
estão sendo submetidos pelo Estado Nacional e denunciando as
autoridades responsáveis pelas violações aos Direitos Humanos, entre
outros crimes, aceitando doações de mesas, cadeiras, teclados,
computadores, suportes, material de escritório, etc., com objetivo de
instalar o seu bureau em local próprio (esse jornal foi todo realizado
em casa de apoiadores), assim como câmeras usadas e equipamento
audiovisual de segunda mão, no intuito de registrar os eventos,
documentar as denúncias e proteger seus membros da violência policial
mais crua e desavergonhada com as lentes.

Aproveitamos para pedir a todos os Caciques e Cacicas, a todas
Lideranças Indígenas Brasileiras, de todas as etnias e Troncos
Culturais, do Oiapoque ao Chuí, o apoio formal para levar à frente a
nossa cruzada pelos 15 Pontos do Acampamento Indígena Revolucionário e
a todos Guerreiros e Guerreiras do Brasil que engrossem as nossas
fileiras e venham à Brasília conhecer a nossa luta.

Dia 07 de setembro de 2010, o Brasil festeja a sua
Independência, a fundação do “Novo Império”, que em nenhum momento
significou independência ou autonomia para os Povos Originários
Brasileiros, mas a gestação uma nação forjada no etnocídio, no
genocídio e na escravidão, da qual o Estado Brasileiro, em especial, o
Regime Etnocida comandado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva e
pelo PT faz jus à tradição sangrenta, iniciada em 1.500, trazendo para
o Século XXI a sua parcela homicida de traição, espoliação, mentiras e
massacres coletivos.

Pedimos a todos os indígenas e apoiadores que hoje, sete de setembro,
sigam para a Esplanada dos Ministérios onde faremos o nosso Contra
Desfile pedindo rejeição aos projetos de instalação de bases militares
e postos policiais nas Terras Indígena, hoje tramitando no Congresso,
em protesto contra as Ações de Terrorismo de Estado sofridas pelo AIR
e pelas etnias insubmissas, em denúncia ao genocídio perpetado pelo
atual Presidente da República contra os Índios Isolados em áreas
impactadas pelas Hidrelétricas de Belo Monte, de Santo Antonio e
Jirau, entre tantas outras obras do PAC que ameaçam a integridade
física e cultural de Povos Indígenas Brasileiros, em lembrança ao
massacre contra os Waimiri Atroari (anos 1970) e contra os Guajajara
(1901), entre outros tantos promovidos pelo Exército Brasileiro (todos
esquecidos do Ministério da Justiça quando promove suas “Comissões de
Verdade”), bem como, em repúdio à prisão e tortura praticada pelo 3º
Pelotão de Fronteira do senhor Nelson Jobim (Governo Luís Inácio Lula
da Silva) contra 12 indígenas brasileiros e a agressão e a coação, com
cães pit-bull, por parte de forças militares contra a liderança
Korubo, ocorrida no último dia 05 de setembro, em plena Esplanada dos
Ministérios.

SEJAM BEM-VINDOS À NOSSA LUTA

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