domingo, 25 de julho de 2010

Possível Ação Policial Marcada Para As Próximas Horas Contra O AIR

Possível Ação Policial Marcada Para As Próximas Horas Contra O AIR
POSSÍVEL AÇÃO DE TERRORISMO DE ESTADO CONTRA AIR (ACAMPAMENTO INDÍGENA
REVOLUCIONÁRIO) NA ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS DURANTE A MADRUGADA DE
HOJE – 23 DE JULHO DE 2010 - PARA AMANHÃ – 24 DE JULHO - OU NAS
PRIMEIRAS HORAS DA MANHÃ DESSE SÁBADO.

Convocamos jornalistas, advogados, estudantes, sindicalistas,
simpatizantes, apoiadores, militantes e membros da AIR (Acampamento
Indígena Revolucionário) para estarem alerta de hoje, sexta-feira, dia
23 de julho de 2010, até a manhã de amanhã, sábado, dia 24 de julho,
contra uma possível Ação de Terrorismo de Estado, patrocinada pela
Funai, Ministério de Justiça, Polícia Federal, e Secretaria de
Segurança do DF, a serviço do Gabinete Pessoal da Presidência da
República, contra o Acampamento Indígena Revolucionário, manifestação
pacífica instalada na Esplanada dos Ministérios, defronte ao chamado
Palácio da Justiça, lutando para derrubar o decreto 7056/09, que
“privatiza” a Funai, exigindo a exoneração de Márcio Meira, presidente
do órgão e do CNPI (Conselho Nacional de Política Indigenista), e o
fim do mesmo conselho – cuja função primordial hoje é encenar uma
farsa institucional, fazendo crer que os Povos Indígenas são
representados no Brasil
- junto ao Governo Federal - e consultados sobre as obras de interesse
governamental.

Apesar do Ministério Público Federal dar parecer favorável ao
Acampamento Indígena Revolucionário (AIR), declarando a ilegalidade de
qualquer ação policial – federal ou distrital – contra o Acampamento,
instalado na Esplanada dos Ministérios, o ânimo dos representantes do
Gabinete do Ministro da Justiça, da Funai e do GDF parece ser o de
aniquilar o AIR a qualquer custo, custe o que custar.

Indígenas que testemunharam o líder Carlos Pankararu, brandindo –
inutilmente - para o BOPE a liminar da Juíza da 6ª Vara, que garantia
a permanência do Acampamento Indígena Revolucionário na Esplanada dos
Ministérios, na Operação Terrorista do dia 10 de julho de 2010, se
sentem desamparados pela lei.

Os representantes do Ministério da Justiça e da Funai fazem crer que a
força da intimidação violenta, da brutalidade, da chantagem e da
coação são mais legítimas do que os princípios constitucionais,
condicionando – diante do Ministério Público, na reunião do dia 21 de
julho de 2010 - a entrega dos pertences furtados dos indígenas pela
polícia do GDF, durante a operação policial do dia 10 de julho de
2010, ao retorno dos manifestantes do AIR às suas aldeias, a aceitarem
ir para o hotel (“o golpe do hotel’, especialidade da Funai para
neutralizar protestos) ou a simples retirada do ar da Carta Aberta da
AIR Sobre Suposto Pedido de Propina – documento considerado pelo
Gabinete do Ministro da Justiça “muito agressivo” e “violento demais”
(como se coagir famílias indígenas com um cerco formado por mais de mil
policiais para fazê-los desistir de um protesto pacífico não fosse um
ato violento,
como se arrastar uma mãe de família indígena pelas pernas, sob
insultos e chutes, não fosse ato agressivo e violento; como se jogar
desnecessariamente spray de pimenta em uma criança indígena de 12 anos
não fosse um ato covarde, gratuito, agressivo e violento; como se
fazer – com a intimidação brutal e o spray de pimenta - uma mulher
indígena abortar não fosse algo estúpido, covarde, cruel e violento;
como se algemar e prender pessoas sem acusação alguma não fosse ato
agressivo, covarde, cruel e violento, como se mandar para o hospital
crianças indígenas de 2 e 4 anos por intoxicação provocada pelo mesmo
spray de pimenta não apenas fosse uma agressão estúpida, gratuita,
cruel, violenta e covarde, mas também uma violação a TODOS os limites
de Humanidade, de Legalidade, de Direito – em toda e qualquer
legislação do Mundo, não se resumindo a uma ação etnocida e covarde).

Os pertences foram furtados dos indígenas – cobertores, remédios,
dinheiros, documentos, material de trabalho e etc., retirados à força,
sem o devido auto de apreensão circunstanciado – na operação policial
do dia 10 de julho; após muita chantagem por parte do Ministério da
Justiça e Funai, condicionando a devolução (sem sucesso), foram
devolvidos mais de uma semana depois, sem a presença de representante
do Governo do DF ou da União para organizar a devolução e garantir a
conferência dos pertences, faltando inúmeros itens – entre os quais,
certidões de nascimento, cordões de ouro, celulares, artesanato,
dinheiro e até mesmo a cópia máster de um documentário de
longa-metragem inédito.

O Governo do Distrito Federal, instruído pelo Ministério da Justiça,
Funai e Polícia Federal, há mais de uma semana fecha o cerco contra o
Acampamento Indígena Revolucionário, intimidando os indígenas com
viaturas da PM e rondas do Choque Montado (Cavalaria), dificultando a
entrada de comida e cobertores, impedindo a construção de barracas e a
entrada de banheiros químicos – além de sonegar por vários dias a
devolução de medicamentos, documentos, dinheiro e roupas.

A Máquina do Estado, aparelhada até a medula pelo governo Lula com a
escória do CIMI, do ISA, do CTI e demais organizações, está
sendo regida por gente mesquinha, cruel e covarde – sem compromisso
algum com os Direitos Humanos ou com a Verdade. A histeria gerada na
presidência da
Funai e nos Gabinetes do Ministro da Justiça e no Gabinete da
Presidência da República pela “Carta Aberta AIR Sobre Suposto Pedido
de Propina” – e a concordância da Secretaria de Segurança do Governo
Distrital em fazer da repressão policial violenta a política
indigenista oficial - faz crer que uma represália contra o Acampamento
Indígena Revolucionário pode estar sendo engendrada pelo Palácio da
Justiça e o Buriti.

Diante desse quadro, serão utilizados outros dois blogs – cujo links
serão repassados posteriormente – para que apoiadores, militantes e
líderes do Acampamento Indígena Revolucionário possam publicar textos
mais incisivos, passando a ser assinados pelos autores, evitando assim
represálias contra crianças, mulheres, gestantes, idosos e guerreiros
probos do AIR – que não podem pagar pela alergia aguda e a histeria
homicida que acometem nossas autoridades federais quando confrontadas
com a verdade nua, com a crueza dos fatos.

A percepção de lideranças indígenas e não indígenas é que, no caso em
quadro, o Ministério da Justiça – quando acuado – ladra, passando para
o Governo do Distrito Federal a função de morder – deixando, assim, as
mãos da atual gestão federal, que quer se perpetuar com a possível
eleição de Dilma Roussef, limpas do sangue de
indígenas (ledo engano).

O Governador Rogério Rosso, que na terça-feira, dia 20 de julho,
mandou as orças de Segurança fazer a “retirada pacífica” de uma
ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em Brazlândia,
disse que não irá tolerar “invasões de áreas públicas”.

Hoje, dia 23 de julho, em nota que parece plantada no Jornal de Brasília, um
jornalista “amigo do poder” (que, ameaçado de ação judicial por violar
o Estatuto do Índio, zombando de crenças e tradições indígenas, além
de dar FALSO TESTEMUNHO, calou-se), parece ter retomado sua “coragem”,
demonstrando uma crença inabalável na impunidade (dando falso
testemunho sobre o AIR e escarnecendo de homens e mulheres indígenas
que enfrentam o frio, a fome e a intimidação policial para lutar pelos
seus Direitos Primordiais), chamando o Acampamento Indígena
Revolucionário (AIR) de “farra indígena”.

O mote para a nota que exala preconceito étnico e religioso, além do
falso testemunho, no Jornal de Brasília é a informação de que Rogério
Rosso, Governador, considera o Acampamento Indígena Revolucionário “a
pior invasão
dentre todas”. O Governo do DF demonstra, quando sabe perfeitamente
que o Acampamento Indígena Revolucionário é uma MANIFESTAÇÃO PACÍFICA
E NÃO UMA INVASÃO, a sua mais pura e voluntariosa MÁ-FÉ.

A articulação Federal e Distrital, policial e para-policial, institucional e
para-institucional e o cerco midiático para aniquilar o Acampamento
Indígena Revolucionário faz crer que os algozes dos Direitos Indígenas
vão atropelar qualquer procedimento legal – como já fizeram
anteriormente – para fazer cumprir com seus objetivos.

Por isso e por outros motivos, integrantes do AIR crêem que haverá uma
nova operação policial, provavelmente na madrugada de hoje ou pela
manhã de sábado (amanhã).

A disposição dos representantes da Funai, CNPI, Ministério da Justiça,
Gabinete da Presidência da República e do Governo do Distrito Federal
em atropelar a legislação vigente faz com que os indígenas temam que a
Articulação Estatal Terrorista desconsidere as palavras dos
Procuradores e Procuradoras Federais e tentem dar um golpe de
misericórdia na resistência indígena que – tendo suas barracas
destruídas e os pertences pessoais subtraídos pelas Forças do Estado
no dia 10 de julho de 2010, quando foram inclusive confiscados fogões,
panelas, comida e banheiros químicos - hoje dorme sob o relento na
Esplanada dos Ministérios.


Segundo lideranças indígenas que estiveram na reunião do dia 21,
quando AIR, Ministério da Justiça, Funai, Secretaria de Segurança do
DF e Ministério Público discutiram sobre a devolução dos pertences dos
indígenas – furtados por conta da operação policial SEM MANDADO
JUDICIAL do dia 10 de julho de 2010, articulada pela Polícia Federal
que contava, além dos atiradores de elite do alto dos prédios, com
forças do BOPE, PM do DF,
ROTAM, Polícia Civil (5ª DP), Batalhão de Choque e Choque Montado
(Cavalaria), que DESTRUIU câmeras e fitas (PROVAS JUDICIAIS) e montou
barreira no Eixo Monumental de Brasília, impedindo o cidadão do DF de
exercer o direito a ir e vir, para que não houvessem testemunhas da
BARBÁRIE - a disposição dos representantes do Gabinete do Ministro da
Justiça, Luiz Paulo Barreto (homem que no dia 08 de abril de 2010
assinou portaria dando à Força Nacional autorização para “uso de força
letal” contra indígenas) é a de aniquilar o Acampamento Indígena Revolucionário.

Lideranças indígenas informam que, durante a reunião do dia 21 de
julho, cuja página da Funai não informou estar presente o Major
Medeiros, representando o GDF (para o Buriti, assim como para o
Planalto, questão indígena é “caso de polícia”), a Chefe de Gabinete
do Ministro da Justiça, Gláucia Elaine de Paula (mandante de três
ações policiais irregulares contra o AIR – já deu falso testemunho em
ofício para criminalizar o Movimento Indígena Revolucionário), ameaçou
colocar as forças policiais novamente contra os indígenas que hoje
dormem ao relento na Esplanada dos Ministérios, resistindo às
privações e ao cerco policial para derrubar o Decreto Criminoso
7056/09 e o covarde Márcio Meira, dizendo textualmente: “haverá nova
operação e vocês vão sair!”.

A senhora Ana Patrícia, do gabinete pessoal do Ministro da Justiça,
dizendo desafiadoramente para os indígenas “vamos ver quem vai
ganhar!” (diante da Procuradora Federal), escarneceu ainda mais do
sofrimento dos indígenas quando afirmou aos Guajajara que o “único
representante legítimo dos Guajajara, o único que o Ministério (da
Justiça) reconhece é o sr. José Arão Marizê Lopes” – o que pode ser
considerado um ato de zombaria cruel e de cinismo institucional.

Os Guajajara, representados no AIR com lideranças e caciques de mais
de 27 aldeias lutando contra a ditadura imposta por esse membro da
criminosa CNPI, já protocolaram o pedido de destituição de José Arão
Marizê na Funai, com centenas de assinaturas, em 23 de abril de 2010;
a Polícia Federal tem em mãos, protocolada, a denúncia levada pelo AIR
do desvio de cerca de 15 milhões de reais da verba da Saúde Indígena,
feito por José Arão Marizê por meio da Associação de Saúde das
Sociedades Indígenas do Grajaú – recurso com o qual supostamente
Marizê se elegeu vereador desse Município no Maranhão.

Os Guajajara há meses estão instalados em Brasília pedindo a
destituição imediata de Arão Marizê, o fim do CNPI, a anulação do
Decreto 7056/09 e a exoneração de Márcio Meira.

O cinismo do Gabinete do Ministro da Justiça, quando afirma que “Arão
Marizê é o único representante legítimo dos Guajajara”, torna-se mais
monstruoso, atingindo níveis de crueldade inimagináveis, quando se
sabe – e o Ministério da Justiça é bem assessorado pelos Serviços de
Informação e Inteligência – que estão acampados na AIR, defronte ao
Ministério da Justiça, o filho e a viúva do Cacique Damiãozinho
Guajajara, assassinado a 15 de julho de 2005, na Aldeia Kamihaw, em
Grajaú (MA), lutando a Injustiça e a Covardia - morto supostamente a
mando de Arão Marizê.

A Polícia Federal cumpriria sua função constitucional se estivesse
investigando os crimes supostamente protagonizados por integrantes do
CNPI, organização criminosa presidida por Márcio Meira, ao invés de
coordenar ações brutais contra os homens e mulheres indígenas que os
denunciam.

O Ministério da Justiça abraça o banditismo e o Terrorismo de Estado,
fazendo sua opção preferencial pela ilegalidade; o Acampamento
Indígena Revolucionário – formado por homens probos que trouxeram suas
famílias para lutar em Brasília contra a extinção dos Direitos
Indígenas a golpe de caneta e o Etnocídio de Estado - só exige que se
cumpra a Constituição Federal no tocante à questão indígena.

Hoje, às 20 horas, um policial veio perguntar se “o pessoal não vai
sair também” (um grupo saiu ontem e outro hoje, para repor baterias),
aumentou o número de viaturas no estacionamento do Ministério da
Justiça e, segundo observadores, aumentou o número de cavalos do
Choque Montado (Cavalaria da PM) na Esplanada. Há um clima de
apreensão.

Pelos motivos expostos, peço a todos apoiadores, simpatizantes,
militantes e membros do Acampamento Indígena Revolucionário que se
mantenham em vigília contra a Articulação Estatal e Para-Estatal que
quer aniquilar com o AIR.

Contamos com o apoio e a resistência de todos, indígenas ou não.

Muito Obrigado,
Iperawa Pajé

1 comentários:

Acampamento Indigena disse...

Agradecemos o apoio dado ao AIR nesse fim de semana. Houve boatos que iria acontecer a retirada do Acampamento, mas, foi mais um ataque para amedrontar.

26 de julho de 2010 às 13:13

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