sábado, 18 de setembro de 2010

Moção de Apoio aos Potiguara, Guajajara, Pataxó e Xerente e demais etnias Insubmissas do Brasil




Governo Brasileiro promove o Terrorismo de Estado, sob total silêncio da mídia corporativa, defronte ao Ministério da Justiça em Brasília, em julho de 2010 (foto por Bruno Costa)


MOÇÃO DE APOIO

- Moção de Apoio aos Potiguara, Guajajara, Pataxó e Xerente e demais etnias Insubmissas do Brasil –

Nós, lideranças do Movimento Indígena Revolucionário (MIR), organizados no Acampamento Indígena Revolucionário (AIR), assim como, as lideranças eleitas do CNDI (Conselho Nacional do Direito Indígena), representando mais de uma centena de etnias brasileiras na luta pela preservação dos Direitos Indígenas garantidos pela Constituição de 1988, juntamente com os representantes do CESAC (Centro de Etnoconhecimento Socioambiental e Cultural Cauieré), levando à frente as lutas e reivindicações do Cacique Cauieré Imana, assassinado pelo Exército Brasileiro em 1901, e as lideranças da Ocupação do Antigo Museu do Índio (RJ), organizados no Instituto Tamoio dos Povos Originários, apoiados pelo AIM (American Indian Movement), organização histórica de luta pelos Direitos Indígenas dos EUA, na voz de um dos seus mentores, Vernon Foster Lakota, APÓIA INCONDICIONALMENTE o levante dos Potiguara da Baía da Traição, obrigados a seqüestrar funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) para serem ouvidos sobre os efeitos nefastos do Decreto Presidencial 7056/09, publicado em 28 de dezembro do ano passado, e exigirem a reabertura da Administração Regional do órgão para atender aos povos nativos do Estado da Paraíba.

Aproveitamos para APOIAR os Guajajara, que durante todo esse ano pressionam o Governo Federal para terem asseguradas a reabertura dos Postos Indígenas e Administrações Regionais, assim como, exigindo respeito aos Direitos Humanos mais básicos e o atendimento garantido pela Constituição; aos Xerente, Pataxó, Metuktire e demais etnias insubmissas que não engolem os Seminários (publicitários) de Informação e Esclarecimento Sobre a Reestruturação da Funai, contratado por mais de 17 milhões à agência A3 Brasil Eventos pela atual gestão da Fundação Nacional do Índio (que alega não ter em caixa 700 mil para garantir a sobrevivência física e cultural das Etnias Isoladas na zona de impacto das Hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia, e desconsidera os indícios de Povos Isolados na Terra Indígena Koatiemo, documentados pelo órgão, na zona de impacto da UHE Belo Monte).

Nós, do MIR, AIR, CESAC, AIM e CNDI, REPUDIAMOS as políticas genocida e etnocida do Governo Luiz Inácio Lula da Silva, assim como, REPUDIAMOS COM TODAS AS FORÇAS a sua possível continuidade – APOIANDO INCONDICIONALMENTE a carta de repúdio do Cacique Nailton Pataxó às políticas de reestruturação da Funai, promovidas pelo Estado Federal e levadas à cabo pelo criminoso Márcio Meira e sua gang de malfeitores, não engolimos mais tanta mentira e covardia, tanta pirotecnia retórica a serviço do GENOCÍDIO e da destruição ambiental e CONVOCAMOS TODOS OS POVOS ORIGINÁRIOS DO BRASIL A SE UNIREM NA LUTA CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA FUNAI, PELA PRESERVAÇÃO DOS DIREITOS INDÍGENAS GARANTIDOS PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E EXIGINDO A EXONERAÇÃO IMEDIATA DOS CRIMINOSOS QUE SUCATEARAM A FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO, BEM COMO, A INSTAURAÇÃO DE PROCESSO CRIMINAL CONTRA TODOS OS SERVIDORES PÚBLICOS QUE ATENTARAM CONTRA DIREITOS INDÍGENAS.

Aproveitamos aqui para manifestar nosso APOIO PÚBLICO AOS IRMÃOS MAPUCHE, EM ESPECIAL, AOS 32 PRISIONEIROS INDÍGENAS QUE RESISTEM EM GREVE DE FOME HÁ 50 DIAS CONTRA O GOVERNO GENOCIDA E ETNOCIDA DA REPÚBLICA DO CHILE, que se agarra a uma anacrônica “lei antiterrorismo” para enquadrar, criminalizar e neutralizar os protestos e reivindicações de um Povo que vive sob ocupação militar desde o Século XIX.

Do mesmo modo, REPUDIAMOS a imprensa corporativa que se omite diante das Operações de Terrorismo de Estado e as Ações Repressivas ocorridas no presente ano de 2010 contra os Povos Originários no Chile, Brasil, Peru, Colômbia, Argentina, Guatemala, México e demais países onde, sob total silêncio midiático e a mais brutal ignorância da opinião pública, a força bruta e desproporcional é usada covardemente contra crianças, idosos, gestantes, mulheres e chefes de família para silenciar reivindicações indígenas e a luta pela sobrevivência física, espiritual e cultural dos Povos Ameríndios.

Atenciosamente,
Lideranças do MIR, AIR, CESAC, CNDI e AIM,
18 de Setembro de 2010, data da Audiência Pública Pela Preservação do Patrimônio Indígena Nacional.

1 comentários:

James_MensageiroDoBem disse...

era nossa barraka, a gente deu pro Korubu.
Eu amo esses Guerreiros.
Long live AIR.
James

21 de setembro de 2010 às 18:54

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